sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A celeuma Ratinho Jr. e o Casamento de homossexuais




Infelizmente tem sido divulgada uma entrevista com o então deputado Ratinho Júnior que se manifesta sobre o casamento de pessoas homossexuais.
Digo infelizmente porque a própria entrevista, se fato, é contraditória e mostra uma ginástica mental para justificar o injustificável.
Não ser homofóbico e ser homem público é uma necessidade, não é um mérito, lamentavelmente!
Ter amigos na comunidade de transgêneros, também não é mérito e sua mensão é fazer uma distinção entre os amigos não pertencentes ao grupo. Eu tenho amigos e pronto, se são homossexuais ou não, isto absolutamente não é um problema para mim, e espero que nunca o seja para eles, porque a liberdade de pensar, de viver e de existir segundo o que acreditam é condição inafastável do existir humano.
Quando o deputado diz que tem que respeitar a todos e a todas as opções, é um discurso bonito, mas ele não tem, pode não respeitar, e cabe a nós que cremos que tal respeito é o que distingue o humano do desumano, lutar para que este respeito seja conquistado, vivido e animado de liberdade e dignidade.
Um equívoco terrível é conceber que exista um casamento homosexual e que o casamento é uma questão religiosa. Nem há casamento homossexual, nem é o casamento uma questão religiosa.
O casamento é um contrato regido pelo Código Civil que estabelece deveres e direitos na constância das relações que estabelecemos por amor, que determinam competências para o Estado e direitos para o cidadão. Há sim o casamento religioso, mas este, está na esfera do cidadão e da cidadã mais privada, mais particular possível. Não há que na esfera pública discutir-se o casamento como fato religioso porque vivemos numa República. Uma bancada evangélica é antes de tudo a negação da democracia e da república, porque os deputados devem representar indistintamente o povo.
Pelo texto divulgado há que lamentar que parece que casamento heterossexual é liberdade e casamento homossexual é libertinagem, e apenas deve ser tolerado. Discordo.
Eu quero muitas coisas para meus filhos, mas a primeira delas é que  não sejam hipócritas, que não sejam falsos moralistas, e que respeitem o outro. Quanto a ver homens se beijando ou mulheres se beijando, isto sequer é algo proibitivo em frente a tudo que se podem ver na internet, e eu não estarei ao lado deles para saber que viram.
Não quero que meus filhos vejam assaltos a mão armada, famílias empobrecidas com suas coisas perdidas em enchentes, pacientes horas na fila do SUS abandonados à própria sorte, políticos na Televisão falando mentiras e fazendo promessas vazias. Isto eu não quero que minhas filhas vejam.
Quanto ao aborto, que não tem ligação com a discussão do casamento como instrumento de cidadania pelos homossexuais, minha posição é clara e definitiva, podendo ser visitada em meus blogs e em minhas entrevistas e palestras em todo o Brasil. O aborto deve ser descriminalizado. Ponto!
Para terminar, ser a favor da escolha das pessoas, não ser contra o desrespeito à “opção” sexual não combina com ser contra ao casamento destas pessoas, a ser contra beijos entre pessoas do mesmo sexo,  ou confundir vida pessoal com conduta e ordem no país!
Acredito que isto tudo seja só um deslize, se não for uma informação falsa para denegrir a imagem de um político extremamente promissor! Mas se a entrevista for verdadeira, há que urgentemente repensar o que Ratinho Júnior acredita, fazer um mea culpa, e passar a agir com coerência, maturidade e seriedade.

Segue o texto atribuido ao candidato a prefeito:

"Não sou homofóbico. Eu tenho amigos entre os GLTs. Tenho princípios cristãos. Não podemos segregar ninguém. Temos de respeitar a todos, a todas as opções. Mas não sou a favor do casamento homossexual. Casamento é uma questão religiosa. A discriminação deve ser banida. Mas não podemos confundir liberdade com libertinagem. Eu tenho filhas. Eu não quero que a minha filha de sete anos veja dois homens se beijando em praça pública. Isto eu não quero para a minha filha. Eu fiquei fascinado com a questão do aborto sendo discutida pelos políticos. Tenho posição a favor do ser humano e as pessoas devem entender que os políticos têm posições, sim. Devem deixar bem claro os seus posicionamentos para que a população os conheça bem. O Projeto de Lei 122 torna crime a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero. Eu sou a favor disto, mas há muitas outras coisas a serem discutidas, porque o projeto também fala sobre casamento gay e eu sou contrário a isto. Acho que pode haver uma união civil. Isto sim. Eu sou a favor de jamais desrespeitar a opção sexual de qualquer pessoa. Mas reforço as leis e a família como pontos fundamentais para se manter uma linha de conduta, de ordem no país”.

Vamos deixar claro, casamento “gay” não existe, o que existe é casamento, e eu defendo e sempre defendi, que o casamento é a união entre dois seres humanos, por amor, para reunir o que têm de melhor e o que têm de pior, buscando apenas e tão somente a Felicidade!
É isso!
Por uma cidade sem preconceitos!

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