domingo, 26 de agosto de 2012

Instrumentalização da Saúde, Descaso e Abandono




A instrumentalização da saúde em Curitiba como máquina eleitoral tem tornado crescentemente o sistema de saúde em uma peça de ficção orçamentária, com piora crescente de vários índices de saúde e de disponibilidade de serviços.
Um dado que se encontra absolutamente sonegado à população de Curitiba, que vem sentindo crescentemente a falta de leitos de SUS, é que em junho de 2002, último ano do Governo FHC foram liberadas em Curitiba 15.391 autorizações de internamento, enquanto em junho de 2007 este índice recuou para 12.306 internamentos. É por isso que você, cidadã e cidadão de Curitiba estão vendo cada vez mais estarrecidos, as dificuldades do povo para tratar de seus problemas de saúde. Uma redução superior a 25,06% dos internamentos na cidade expressam bem o descaso do município e do Estado do Paraná com a saúde do curitibano.
Os Governos do PT e do PMDB no Paraná fizeram com que a disponibilidade de leitos hospitalares no sul do país caísse de 3,9 leitos por 1000 habitantes disponíveis para o SUS em 1993, para apenas 2,2 leitos por 1.000 habitantes em 2005, segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS – Ministério da Saúde.
Outro dado preocupante é que em 2002 tínhamos 677 notificações de diagnóstico de HIV/AIDS. Estes que não fizeram retroceder em Curitiba, aumentaram para 733 notificações em 2010, numa denúncia clara do abandono da saúde como objeto de atenção, planejamento e preocupação das autoridades de saúde da cidade e do governo do Estado.
Ainda há que denunciar as longas jornadas de trabalho de educadores e servidores de saúde na busca de uma remuneração pouco mais digna, que apenas fazem com que o seu estresse aumente, que não lhes sobre tempo e recursos para aprimoramento e compromisso com sua própria saúde física e mental, tornando o atendimento de saúde uma zona de conflito entre cidadão e servidor.
Infelizmente durante o último governo municipal não percebemos qualquer sensibilização com demanda tão importante o que acarreta prejuízos ao erário municipal e na qualidade de trabalho destes servidores públicos, bem como na percepção de proteção à saúde da população. Dezenas destes profissionais se licenciam para tratamento de saúde em razão da desgastante e longa jornada de trabalho e, principalmente os médicos, acabam se sujeitando a longuíssimos e exaustivos plantões em cidades mais ou menos próximas da capital para perceber um salário minimamente digno, abandonando o mal remunerado serviço de saúde municipal.
A OMS recomenda para os países americanos alcançar uma média de 8 médicos, 2 odontólogos, 4,5 enfermeiros e 14,5 auxiliares de enfermaria para cada 10.000 habitantes – valores associados a uma realidade de 30 anos atrás. Nem isso temos hoje no serviço de saúde de Curitiba.
Se você, cidadã e cidadão curitibanos, como eu, entende que o serviço de saúde municipal não pode servir de máquina de fazer votos, que não pode ser instrumentalizado pelo prefeito de plantão, mas deve, necessariamente ser planejado, construído e oferecido à população como um dos serviços mais importantes, obrigação do Estado que nos cobra elevados impostos, estamos aqui para fiscalizar, denunciar e propor soluções que possam resgatar a excelência do serviço de saúde de Curitiba, sem que ele seja usado como máquina política, mas que venha a ser estruturado como fonte de satisfação e proteção do curitibano!
Se você também assim entende, ofereço meu nome para vereador: Dr. Laércio, 70707.
Por e para Curitiba, Sempre!

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