Cidadão e Cidadã, sabe você
que Curitiba arrecadou com multas de trânsito em 2011, R$ 42,6 milhões de
reais?
Isto é muito triste mas
verdadeiro, sabemos que muitos sequer sabem ou lembram de ter passado no local
em que forma “flagrados” pela indústria!
A anos somos informados em
tempos relativamente longos e esparsos que a empresa encarregada de operar os
radares em Curitiba foi beneficiada com a nona e ilegal prorrogação do contrato
celebrado com a prefeitura, mas nunca sabemos os detalhes dos contratos, depois
não sabemos nada de licitações, e por fim a Câmara de Vereadores que é a
responsável por fiscalizar e denunciar os desmandos do Executivo, nunca fez
absolutamente nada para coibir os abusos.
Lemos em vários jornais que
em dezembro de 2009 a Justiça determinou a realização de nova licitação e o
bloqueio dos radares. Feita a licitação, a mesma empresa foi vencedora. Alguma
surpresa no resultado da licitação. E pensar que o dono da empresa é um adversário
político do prefeito e ligado ao ex-governador, que tinha interesse na
manutenção do status quo dos radares
em Curitiba.
A Urbs uma empresa que já
representou o melhor da administração municipal em Curitiba, mas que nos
últimos anos tem se notabilizado pela ineficiência e pela falta de
planejamento, disse que estava estudando "perdoar" as multas de quem
fura o sinal depois da meia-noite. Sinal de falta de segurança, de desamparo do
cidadão no espaço urbano, estudar perdoar as multas é escarnecer do curitibano
que não pode ficar em muitos lugares parado no sinal vermelho altas horas da
noite. Isto quando não é assaltado as 19h00 em frente a sua casa em bairros que
sabidamente têm seu nível de violência crescendo.
O prefeito diz que o
problema de segurança é do Estado e o município só pode lavar as mãos como
disse o hoje prefeito Ducci. Dizer que o problema de segurança é do Estado é
lavar as mão e criar uma máquina azeitada de arrecadação, mais uma, para
perpetuar-se no poder. Nos cruzamentos o problema de segurança também é da
prefeitura, que cria os locais de investigação das infrações e de monitoramento
do trânsito e do cidadão, pois se lá tivéssemos agentes de trânsito em vez dos
radares, os marginais teriam inibida sua ação. O que nos resta é constatar que
os mais de R$ 42 milhões arrecadados com multas só servem para amplificar nosso
abandono, para superremunerar empresas ligadas ao poder e gerar receita a novos
órgãos burocráticos. Cidadania nada!
A imprensa paranaense muito
pouco crítica e relevante cai na conversa mole da prefeitura de que os radares
vão dar um jeito no trânsito de Curitiba. O que dá um jeito é investimento em
via pública, em alternativas de transporte e muita, muita educação do cidadão.
Como não faz nenhuma delas, as coisas só pioram.
Curioso é ver Luciano Ducci
pedir desculpas pelo caos no trânsito provocado por tantas obras ao mesmo
tempo, explicando candidamente que só agora saiu todo o dinheiro dos 4 anos
deste governo. Só agora? Puxa que lastimável, então deixemos para o próximo
prefeito averiguar as necessidades e as prioridades, porque fazer tudo agora?
Velhinha de Taubaté me
chama, que eu vou!
Na realidade a política de
trânsito de nossa cidade, infelizmente busca sim, dar um jeito no bolso dos
donos das empresas que ganham com os equipamentos e de quem está faturando alto
em cima da boa-fé dos curitibanos, e depois contribuem generosamente para a
perpetuação dos políticos no Executivo e no Legislativo municipais.
O problema é que cidadãs e
cidadãos continuam absolutamente à mercê dos desmandos do poder público, e
eventualmente vê dramas e tragicomédias denunciarem o abuso de poder, como o
recente caso do Secretário Municipal de Trânsito, um caso paradigmático.
Mas para quem tem um
secretário de Estado condenado por corrupção, apenas não punido por prescrição,
o que dá ter um secretário municipal de trânsito que não respeita regras de
trânsito?
Temos de ter vergonha,
temos de intimar a Câmara para que ela tenha envergonha, e assim haja resgate
de nossa cidadania.
Por e para Curitiba,
Sempre!
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